O Ministério da Saúde anunciou na noite desta sexta-feira (7) a confirmação do primeiro caso da nova variante da Mpox no Brasil, conhecida como Clado Ib. A paciente, uma mulher de 29 anos residente na região metropolitana de São Paulo, relatou ter tido contato próximo com um familiar proveniente da República Democrática do Congo, país onde essa cepa do vírus circula de maneira endêmica.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, os primeiros sintomas começaram a surgir no dia 16 de fevereiro. Atualmente, a paciente está em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência nacional no tratamento de doenças infectocontagiosas. Segundo o órgão de saúde, ela apresenta boa evolução clínica e está sendo acompanhada por uma equipe especializada.
A confirmação do caso acende um alerta para a vigilância epidemiológica no país.
O Ministério da Saúde reforçou que está monitorando atentamente a situação e que todas as unidades de saúde estaduais seguem protocolos rigorosos para testagem, acompanhamento e controle da doença. O caso foi notificado ao Centro de Operações de Emergência em Saúde para Mpox, e medidas preventivas já estão sendo implementadas.
Segundo informações oficiais, até o momento não foram identificados novos casos secundários relacionados à paciente. As equipes de vigilância sanitária municipal continuam monitorando possíveis contatos e rastreando qualquer indício de transmissão local. O Ministério da Saúde mantém contato constante com as secretarias Estadual e Municipal de Saúde de São Paulo para assegurar uma resposta rápida e coordenada.
Entre as ações tomadas pelas autoridades de saúde, destacam-se a comunicação formal à Organização Mundial da Saúde (OMS), o fortalecimento da rede de vigilância epidemiológica e a busca ativa por indivíduos que possam ter tido contato com a paciente. Essas estratégias são fundamentais para conter a disseminação do vírus e evitar que a doença ganhe proporções mais preocupantes.
Regiane de Paula, coordenadora da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), destacou que a confirmação desse caso reforça a necessidade de vigilância contínua e monitoramento rigoroso. Segundo ela, a população precisa estar atenta aos sinais da doença e adotar medidas preventivas para evitar novas infecções. O Hospital Emílio Ribas segue como referência para atendimento de casos suspeitos e confirmados da doença.
Até o momento, o estado de São Paulo registrou 1.126 casos de Mpox em 2024, sem nenhuma morte associada à doença. Desde o início deste ano, foram confirmados 115 novos casos, o que reforça a importância de manter estratégias de contenção e conscientização da população.
Como ocorre a transmissão da Mpox?
A Mpox é transmitida principalmente pelo contato direto com pessoas infectadas, seja por meio de lesões na pele, fluidos corporais, sangue ou mucosas. Além disso, objetos contaminados recentemente por fluidos infectantes também podem ser uma via de transmissão.
Embora a maioria das transmissões ocorra por contato próximo e prolongado, há evidências de que a disseminação também pode ocorrer por gotículas respiratórias em ambientes fechados. Dessa forma, o uso de medidas de prevenção, como evitar contato direto com indivíduos infectados e a higienização constante das mãos, torna-se essencial para minimizar riscos.
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Sintomas da Mpox
Os sintomas da Mpox incluem lesões cutâneas que podem surgir em qualquer parte do corpo. Essas manifestações podem vir acompanhadas de febre, fadiga intensa, aumento dos linfonodos (ínguas), dores musculares, dor nas costas, dor de cabeça, dor de garganta, congestão nasal ou tosse.
A evolução da doença pode variar de leve a moderada, e o tempo de recuperação depende da resposta imunológica do paciente. No entanto, grupos de risco, como imunossuprimidos, gestantes e crianças pequenas, podem desenvolver formas mais graves da infecção.
O que fazer em caso de suspeita?
Diante da suspeita de infecção pelo vírus da Mpox, é essencial buscar uma unidade de saúde para avaliação médica. O diagnóstico precoce permite um tratamento adequado e reduz o risco de transmissão para outras pessoas.
Se confirmado o diagnóstico, a recomendação é adotar medidas preventivas, como isolamento domiciliar e evitar contato próximo com outras pessoas. O paciente também deve seguir as orientações médicas para o manejo clínico, garantindo uma recuperação segura e evitando possíveis complicações.
Importância da vigilância epidemiológica
Com a confirmação da nova cepa no Brasil, reforça-se a importância da vigilância epidemiológica e do monitoramento contínuo da doença. Profissionais de saúde devem estar preparados para identificar sintomas suspeitos e orientar corretamente os pacientes. Além disso, o rastreamento de contatos é essencial para impedir a disseminação do vírus.
A Mpox, que já havia sido declarada emergência sanitária global pela OMS em 2022, continua sendo uma preocupação para autoridades de saúde em todo o mundo. O surgimento de novas variantes exige um reforço na detecção precoce, no controle da transmissão e no suporte adequado aos pacientes infectados.
Medidas de Prevenção
Para reduzir o risco de transmissão da Mpox, algumas medidas podem ser adotadas:
- Evitar contato próximo com pessoas infectadas ou que apresentem sintomas suspeitos.
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool em gel.
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, roupas de cama e toalhas.
- Higienizar superfícies e objetos que possam ter sido contaminados.
- Em casos suspeitos, buscar atendimento médico imediatamente.
Além disso, campanhas de conscientização sobre a doença são fundamentais para garantir que a população esteja informada e preparada para adotar medidas preventivas. A informação clara e acessível pode fazer a diferença na contenção do avanço da Mpox.
Considerações finais
A confirmação do primeiro caso da nova cepa da Mpox no Brasil exige atenção e medidas rápidas das autoridades de saúde. Embora não haja registros de transmissão secundária até o momento, a vigilância permanece ativa para identificar e conter possíveis novos casos.
A colaboração da população é fundamental nesse cenário. Ficar atento aos sintomas, seguir protocolos de higiene e procurar atendimento médico em caso de suspeita são atitudes essenciais para evitar a propagação do vírus.
Com um trabalho conjunto entre órgãos de saúde, profissionais da área e a população, é possível minimizar os impactos da doença e garantir uma resposta eficaz diante desse novo desafio epidemiológico. A informação é uma das principais ferramentas para combater a Mpox e proteger a saúde de todos.