O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a sugerir que pode tentar um terceiro mandato, apesar da Constituição americana limitar a presidência a dois mandatos. Durante uma entrevista para a rede NBC, ele afirmou que “não está brincando” e que “existem métodos” para contornar essa regra.
A Constituição e o limite de mandatos
A 22ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, aprovada em 1951, impede que qualquer pessoa seja eleita presidente mais de duas vezes. Essa mudança ocorreu após Franklin D. Roosevelt ser eleito para quatro mandatos consecutivos. Desde então, nenhum presidente conseguiu exercer mais do que oito anos no cargo.
No entanto, Trump, aos 78 anos, tem reiterado essa possibilidade de permanecer no poder além dos dois mandatos tradicionais. Suas declarações mais recentes indicam que ele pode estar estudando formas concretas de viabilizar essa tentativa.
Métodos para contornar a limitação constitucional
A NBC questionou Trump sobre como ele poderia buscar um terceiro mandato dentro das regras existentes. Ele não forneceu detalhes, mas confirmou que “muitas pessoas querem isso” e que “existem formas” para alcançar esse objetivo.
Um dos métodos levantados pela emissora seria Trump se candidatar como vice-presidente e, após a posse, o presidente renunciaria, permitindo que ele assumisse o cargo novamente. Quando perguntado diretamente sobre essa estratégia, Trump confirmou que “esse é um” dos métodos, mas afirmou que há outras possibilidades que ele prefere não revelar no momento.
Obstáculos legais e políticos
Alterar a Constituição dos Estados Unidos para permitir um terceiro mandato presidencial exigiria uma ampla maioria no Congresso. Para uma emenda ser aprovada, seriam necessários dois terços dos votos na Câmara dos Representantes e no Senado – um cenário improvável, dado o atual equilíbrio de forças no Legislativo americano.
Outra possibilidade seria convocar uma convenção constitucional, algo que nunca aconteceu na história do país. Para isso, dois terços dos 50 estados americanos teriam que apoiar a iniciativa. Mesmo que essa barreira fosse superada, a nova emenda precisaria ser ratificada por três quartos dos estados para se tornar lei.
Atualmente, essas alternativas parecem altamente improváveis, especialmente considerando que o Partido Republicano não controla a maioria necessária no Congresso ou nos governos estaduais para aprovar tais mudanças.
Estratégia política de Trump
A insistência de Trump em um terceiro mandato pode ser mais uma estratégia para mobilizar sua base eleitoral. Desde que deixou a Casa Branca, ele continua a se apresentar como a única opção viável para o Partido Republicano em 2028, reforçando a narrativa de que sua administração foi prejudicada por forças políticas e judiciais.
Além disso, Trump tem mantido uma postura combativa contra órgãos governamentais e a imprensa, alegando que há uma tentativa sistemática de impedi-lo de retornar ao poder. Essa retórica tem sido eficaz em manter sua base de apoiadores ativa e engajada.
O impacto nas eleições futuras
Mesmo que a Constituição impeça um terceiro mandato tradicional, a discussão sobre essa possibilidade pode ter efeitos significativos nas eleições presidenciais. Se Trump decidir disputar a indicação republicana novamente em 2028, ele ainda terá forte influência sobre o partido e poderá moldar o cenário político conforme seus interesses.
Outra possibilidade seria ele apoiar um candidato que compartilhe sua visão e que, uma vez eleito, possa abrir caminho para que ele retorne ao poder por vias alternativas. Isso poderia envolver uma estratégia jurídica ou política ainda não completamente revelada.
Independentemente do desfecho, a discussão sobre um terceiro mandato de Trump promete continuar alimentando debates acalorados nos Estados Unidos, tanto entre apoiadores quanto entre opositores.