Vidente é acusada de crime após previsão sobre Moares: Ele vai mor… ver mais

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Uma recente declaração da sensitiva Izadora Morais gerou forte repercussão na internet e levantou questionamentos sobre os limites da liberdade de expressão. Em um vídeo que circula nas redes sociais, a vidente afirma que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, estaria cumprindo uma missão espiritual tão intensa que seu corpo não suportaria por muito tempo. A declaração foi vista por muitos internautas como uma incitação velada à violência, o que acabou gerando uma onda de críticas e acusações.

De acordo com Izadora, Moraes não está apenas agindo como um juiz comum, mas cumprindo um propósito maior, uma espécie de dever espiritual que envolveria decisões difíceis e prisões de figuras públicas. Em suas palavras: “A linha do tempo já se abriu. Vejo ele prendendo dois homens e uma mulher. Depois disso, será recolhido. Vejo desencarne. Mas não posso revelar o momento exato”.

O conteúdo do vídeo alarmou internautas e especialistas, principalmente pelo fato de Moraes já ter sido alvo de ameaças reais. O ministro foi uma das figuras visadas pela chamada Operação Punhal Verde e Amarelo, um plano articulado por militares para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A ação acabou sendo desmantelada, mas demonstrou que o risco à integridade física do ministro é concreto.

As palavras de Izadora, por mais que se sustentem na linguagem mística e espiritual, foram interpretadas por muitos como um “apito de cachorro” — termo usado para mensagens veladas que incentivam ações perigosas sem serem explicitamente criminosas. “Isso não é previsão, é ameaça disfarçada”, escreveu um usuário no X (antigo Twitter). Outro comentou: “A irresponsabilidade de certos vídeos é absurda, especialmente sabendo que o ministro está sob ameaça constante”.

Em resposta às críticas, apoiadores da vidente defendem que suas declarações devem ser interpretadas como manifestações espirituais, não como apelos à ação. Mesmo assim, a fronteira entre o místico e o incentivo à violência segue sendo debatida por juristas e psicólogos, sobretudo quando a figura visada está sob proteção institucional.

Vale lembrar que não é a primeira vez que Izadora Morais se envolve em polêmicas por suas “visões”. Ela já havia afirmado com antecedência a internação do ex-presidente Jair Bolsonaro e a prisão de Fernando Collor. “Minhas previsões são claras. Eu disse que Bolsonaro passaria por cirurgia, e aconteceu. Também falei da cobrança que viria para Collor. As visões não falham”, declarou.

Além disso, Izadora comentou sobre o empresário e coach Pablo Marçal. Quando ele ainda era pré-candidato à prefeitura de São Paulo, a vidente previu que, apesar dos obstáculos no caminho, ele se tornaria presidente da República no futuro. “A missão dele é grande. Vai enfrentar muitas dificuldades, mas surpreenderá. Não agora, mas no tempo certo, ele será presidente do Brasil”, afirmou.

O caso de Izadora expõe uma questão delicada: até que ponto previsões espirituais podem ser consideradas inofensivas, e quando se tornam perigosas? O debate é complexo, especialmente em um país onde crenças místicas têm forte influência popular e se misturam facilmente com discussões políticas e sociais.

É preciso lembrar que, por mais que alguém se declare apenas um canal espiritual, o impacto de suas palavras não pode ser ignorado. A internet amplifica vozes e, com ela, também aumenta a responsabilidade de quem fala para o público. A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas não pode ser usada como escudo para declarações que flertam com o incentivo ao ódio ou à violência.

Enquanto isso, o vídeo de Izadora continua circulando e dividindo opiniões. Muitos pedem que as autoridades investiguem se houve realmente incitação ao crime, enquanto outros defendem que tudo não passa de uma manifestação espiritual interpretada de forma errada.

O que é certo, porém, é que previsões como essa, envolvendo figuras públicas em contexto delicado, não devem ser tratadas com leviandade. A espiritualidade pode até ser um refúgio para muitos, mas quando se mistura com o destino de pessoas reais, em posições de poder, as consequências podem ser perigosas.