Bolsonaro se manifesta sobre o novo Papa: Espero que def… ver mais

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O ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou suas redes sociais para se pronunciar sobre a eleição do novo líder da Igreja Católica. Nesta quinta-feira (8), o cardeal eleito como papa Leão 14 foi oficialmente anunciado aos 69 anos, assumindo o comando do Vaticano em um momento decisivo para os rumos do catolicismo global. Bolsonaro, que é católico praticante, expressou otimismo com o novo papado e ressaltou a importância de se preservar os pilares da fé cristã.

Segundo ele, a expectativa é de que o novo pontífice atue fortemente na defesa da vida, da família e da liberdade, valores que, na visão do ex-presidente, devem permanecer como norte para as decisões da Santa Sé. A manifestação veio acompanhada de um tom de esperança e apelo à tradição, destacando o papel da Igreja como referência espiritual para milhões de fiéis.

Apesar de não mencionar diretamente o papa anterior, Francisco, a fala de Bolsonaro trouxe indícios de um distanciamento ideológico. Durante seu pontificado, Francisco adotou posições mais progressistas, gerando desconforto entre setores mais conservadores do catolicismo. Já Leão 14, embora ainda pouco conhecido publicamente, é apontado como alguém mais alinhado à doutrina tradicional.

O ex-presidente escreveu: “Que sua missão seja marcada pela defesa inabalável da vida, dos valores cristãos e da liberdade.” A frase ecoou nas redes sociais, recebendo apoio de diversos seguidores que compartilham dos mesmos ideais.

Bolsonaro ainda afirmou que o Brasil, sendo uma nação majoritariamente cristã, está em oração e aberto para acolher as decisões que vierem da nova liderança da Igreja. Ele reforçou o papel histórico do catolicismo na formação dos princípios da sociedade brasileira e destacou a influência que o Vaticano ainda exerce no cenário global.

Essa declaração não veio por acaso. Em um momento em que discussões sobre temas como aborto, ideologia de gênero e liberdade religiosa ganham cada vez mais espaço no debate público, a escolha de um novo papa pode impactar profundamente a postura da Igreja em relação a esses assuntos. E Bolsonaro, sempre atento ao seu eleitorado mais religioso, aproveitou para reafirmar seu posicionamento.

Além disso, a menção direta à defesa da liberdade se conecta com um discurso mais amplo do ex-presidente, que frequentemente se apresenta como defensor das liberdades individuais e contrariado com políticas que considera autoritárias, inclusive dentro do campo religioso. Nesse sentido, a eleição de Leão 14 surge como uma esperança de equilíbrio entre fé e conservadorismo.

O Brasil, como um dos países com maior número de católicos no mundo, acompanha com atenção cada mudança no comando da Igreja. Os reflexos de decisões tomadas no Vaticano costumam ultrapassar os limites da religião, influenciando políticas públicas, debates sociais e até mesmo posicionamentos diplomáticos. Bolsonaro sabe disso e, por isso, seu posicionamento estratégico serve tanto para demonstrar fé quanto para manter a conexão com uma base importante de apoiadores.

Não se trata apenas de uma mensagem de boas-vindas. A fala do ex-presidente carrega um conteúdo político e ideológico, marcando uma nova etapa em que ele pretende continuar sendo uma figura ativa nos temas ligados à fé e aos costumes. Com sua experiência em dialogar com grupos cristãos, Bolsonaro deve seguir utilizando eventos religiosos como plataformas para manter sua influência.

É importante lembrar que a Igreja Católica tem enfrentado desafios internos e externos. Escândalos, perda de fiéis para outras denominações e o avanço do secularismo têm pressionado o Vaticano a se posicionar de maneira mais clara diante de temas sensíveis. Nesse contexto, Leão 14 terá a missão de conciliar tradição e modernidade, algo que exigirá habilidade e sensibilidade pastoral.

A recepção positiva de Bolsonaro ao novo papa também pode indicar uma tentativa de aproximação com o Vaticano, algo que foi pouco explorado durante seu mandato. Caso Leão 14 realmente siga uma linha mais tradicional, essa relação pode se fortalecer, beneficiando inclusive lideranças políticas que buscam respaldo moral e religioso em suas pautas.

Enquanto muitos aguardam os primeiros discursos e diretrizes do novo pontífice, líderes ao redor do mundo começam a se posicionar. No Brasil, Bolsonaro saiu na frente ao colocar a defesa dos valores cristãos como prioridade em sua mensagem. Isso reforça seu papel como uma das principais vozes do conservadorismo religioso no país.

O novo papa, por sua vez, ainda deverá mostrar a que veio. Mas, ao menos por agora, já começa seu pontificado com votos de confiança por parte de líderes políticos que enxergam na Igreja Católica um bastião contra mudanças consideradas contrárias à fé.

Para o povo brasileiro, resta acompanhar com atenção e fé os próximos passos do Vaticano. E para Bolsonaro, a missão é clara: manter-se como um guardião dos princípios que, segundo ele, sustentam o Brasil — a vida, a liberdade e os valores cristãos.