Grupo transporta caixã0 em ônibus: ‘É a última viagem dele’

Curiosidades

O que era para ser apenas mais uma brincadeira entre amigos tomou proporções gigantescas na internet e virou assunto em Muriaé, cidade localizada na Zona da Mata de Minas Gerais. Um grupo de jovens decidiu fazer uma pegadinha inusitada: simularam um cortejo fúnebre ao entrarem em um ônibus com um caixão nos braços. A cena, gravada e publicada nas redes sociais, rapidamente viralizou, gerando milhares de visualizações, curtidas e, claro, muita controvérsia.

No vídeo, que circula em diferentes perfis, os participantes aparecem vestidos de preto, como em um velório real. Ao entrarem no ônibus, carregando o caixão de madeira, um dos integrantes olha para o motorista e solta a frase que arrancou risadas — e também críticas: “Ele paga passagem ou é de graça? É a última viagem dele”.

A intenção era clara: chocar, divertir e, principalmente, atrair visualizações. E funcionou. O vídeo bateu mais de 170 mil views no perfil original em poucos dias e se espalhou por toda a web. Porém, junto com os compartilhamentos e os risos, veio também uma enxurrada de comentários negativos e críticas à escolha do tema.

Segundo Jefferson Messias, criador de conteúdo digital e idealizador do vídeo ao lado de João Paulo Santana, a ideia surgiu como uma homenagem a uma antiga pegadinha exibida no programa do Silvio Santos. Para dar mais realismo à cena, o grupo contou com o apoio de uma funerária da cidade, que emprestou o caixão exclusivamente para a encenação.

A produção levou cerca de 20 dias para ser organizada. Um grupo no WhatsApp foi criado apenas para coordenar a pegadinha. Nele, participaram os voluntários Bárbara, sua mãe Eliane e Rael, além de outras duas pessoas responsáveis pelas gravações. A dificuldade inicial foi encontrar quem aceitasse participar da ação, o que levou um tempo considerável para ser resolvido.

Jefferson, que publica vídeos de humor no Instagram desde 2022, afirmou que o objetivo da gravação nunca foi ofender ou causar desconforto, e sim entreter. “Fiquei surpreso com a repercussão. A gente faz isso por diversão. Não queríamos desrespeitar ninguém”, afirmou o influenciador.

Apesar da intenção humorística, a pegadinha com caixão em ônibus dividiu opiniões. Muitos internautas não viram graça na brincadeira e apontaram que lidar com a morte como tema principal é algo delicado demais para virar conteúdo de entretenimento. “Nunca vi fazer humor com esse tipo de situação. Só pode ser porque nunca perderam alguém importante”, comentou uma usuária nas redes.

Outro seguidor criticou: “Nem por pegadinha eu achei engraçado. Isso é um desrespeito com algo tão sério quanto a morte”.

Além das críticas dos usuários, a empresa de transporte envolvida no episódio também se pronunciou oficialmente. A Viação União, dona do ônibus usado na gravação, condenou a atitude do grupo e declarou que a ação foi feita sem qualquer tipo de autorização ou aviso prévio. Segundo a nota, a empresa repudia condutas que possam causar desconforto aos passageiros ou comprometer a segurança dentro do transporte coletivo.

A companhia afirmou ainda que está analisando o caso internamente e não descartou medidas legais. Também disse estar colaborando com as autoridades, caso o episódio precise ser apurado judicialmente.

O episódio em Muriaé levanta uma discussão importante: até que ponto o humor pode ir? Quando uma brincadeira ultrapassa os limites e se torna ofensiva? Em tempos em que tudo se transforma em conteúdo para a internet, a busca por visualizações muitas vezes acaba esbarrando no respeito ao outro.

Brincadeiras com temas sensíveis, como a morte, merecem atenção redobrada. Embora alguns vejam apenas uma cena engraçada e inofensiva, outros sentem-se profundamente ofendidos, principalmente quem já passou por perdas recentes.

O caso reforça a necessidade de responsabilidade no conteúdo produzido para as redes sociais. A viralização pode ser o objetivo de muitos criadores, mas ela também vem acompanhada de um julgamento público inevitável — e nem sempre positivo.

Jefferson, por sua vez, parece não ter se abalado com as críticas. Pelo contrário, declarou que a repercussão aumentou sua motivação para continuar criando vídeos. Segundo ele, o sucesso do conteúdo é a prova de que ainda há espaço para esse tipo de humor na internet, mesmo que polêmico.

Conclusão

A pegadinha com caixão em ônibus foi mais do que uma simples encenação. Ela escancarou os limites tênues entre humor, respeito e liberdade de expressão. O grupo conseguiu o que queria: viralizar. Mas também provou que, hoje, qualquer conteúdo pode ganhar proporções inesperadas — para o bem e para o mal.

Se você produz conteúdo online, fica o alerta: pense bem antes de apertar o botão “publicar”. A internet não esquece, e o público cobra.

Veja o vídeo:

 

Ver esta publicação no Instagram

 

Uma publicação partilhada por Shekinah News (@shekinah.news)