O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou à Polícia Civil a abertura de um inquérito para investigar uma denúncia de estupro feita pela comediante Juliana de Oliveira contra o apresentador Otávio Mesquita. O caso teria ocorrido durante uma gravação do programa The Noite, do SBT, em 25 de abril de 2016. A polêmica tem ganhado repercussão e levanta discussões sobre abuso no meio artístico.
A promotora Priscila Longarini Alves, da Promotoria de Justiça Criminal de Osasco, afirmou que existem “elementos que necessitam de maior investigação quanto à prática de eventual infração contra a dignidade sexual”. Segundo a denúncia, Mesquita teria tocado Juliana sem consentimento, apalpando suas partes íntimas e posicionando sua genitália próxima ao rosto da vítima. A acusação sugere que o episódio aconteceu diante de uma plateia e foi registrado em vídeo, o que pode ser um elemento importante na investigação.
Detalhes da Denúncia e Posicionamento das Partes
A acusação foi protocolada no MP pelos advogados Hédio Silva Jr. e Silvia Souza, que representam Juliana de Oliveira. A defesa da comediante alega que ela foi vítima de “atos libidinosos com emprego de força física” diante de uma plateia de mais de cem pessoas no estúdio. O advogado Hédio Silva destacou que, desde 2009, a legislação brasileira considera estupro qualquer ato libidinoso cometido mediante violência, independentemente de haver penetração. Esse ponto da legislação tem sido crucial em debates recentes sobre casos similares.
Juliana de Oliveira usou suas redes sociais para expressar a dificuldade em tornar o caso público, mas ressaltou que busca justiça e quer encorajar outras mulheres a denunciarem abusos. “Não foi fácil! Tornar pública a minha dor e buscar justiça foi uma decisão difícil”, escreveu a comediante. No entanto, deixou claro que neste momento prefere se resguardar e não dar mais detalhes.
Otávio Mesquita, por sua vez, se manifestou sobre o caso negando todas as acusações. O apresentador afirmou que a situação foi apenas uma “brincadeira” e que jamais cometeu qualquer crime. Ele garantiu que se defenderá judicialmente e classificou a denúncia como “caluniosa”. Sua equipe jurídica deve apresentar provas e testemunhos em sua defesa nos próximos dias.
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Repercussão do Caso e Possíveis Desdobramentos
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais, dividindo opiniões. Muitos internautas expressaram apoio à comediante e destacaram a importância de denunciar situações de assédio e abuso. Outros, no entanto, questionam as motivações da denúncia, principalmente pelo tempo decorrido desde o episódio.
Especialistas explicam que crimes contra a dignidade sexual podem ser denunciados anos depois, pois muitas vítimas sentem medo ou vergonha de se manifestar imediatamente. “O trauma pode fazer com que a vítima demore anos para se sentir segura e conseguir relatar o ocorrido”, afirmou a advogada criminalista Mariana Costa.
Agora, a Polícia Civil deve analisar os elementos apresentados pelo Ministério Público para decidir os próximos passos da investigação. Caso seja constatado que há indícios suficientes de crime, Mesquita pode ser formalmente indiciado e o caso encaminhado para a Justiça.
Conclusão
O desdobramento dessa investigação pode trazer impactos não só para os envolvidos, mas também para o debate sobre assédio e abuso no ambiente de trabalho, especialmente no meio artístico. Independente do resultado, o caso reforça a necessidade de denunciar e investigar situações de abuso para que a justiça seja feita.
