“Até quando isso? Não dá, tá difícil, mais um pedaço que se foi. Até quando vão morrer outras Nicollys? “, questionou a tia avó de Nicolly, Bárbara Moraes
Neste sábado, familiares e amigos se reuniram em um cenário de profunda tristeza para se despedir de Nicolly Moraes da Silva, de apenas 12 anos, morta durante um tiroteio na comunidade Buraco Quente, em São João de Meriti. A perda abalou todos os presentes, que clamavam por respostas e justiça.
A cena do velório foi marcada pelo desespero da mãe de Nicolly, Cláudia Morais, que também foi baleada na perna no mesmo episódio. Visivelmente abalada, ela permaneceu ao lado do caixão, sem conseguir pronunciar palavras, enquanto lutava para lidar com a dor física e emocional.
A mãe de Nicolly, que levou um tiro na perna no mesmo tiroteio em que a filha morreu, ficou próxima ao caixão, sem conseguir falar e com dificuldade para andar. Parentes e colegas de igreja e da escola foram ao sepultamento.
A Dor dos Pais
Gelson Moreira, pai de Nicolly, expressou sua tristeza e desejo por paz em meio à tragédia:
“Foi minha filha, outras e mais outras. Peço que Deus abençoe até quem fez isso e guarde todos nós. Quero paz.”
Solidariedade e Apoio à Família
O custo da cerimônia foi arcado por um empresário local, sensibilizado com o caso. A família, que já enfrentava dificuldades financeiras, destacou a importância desse gesto de solidariedade.
Um Destino Trágico
Nicolly foi baleada enquanto comprava um refrigerante para o almoço. Segundo testemunhas, a Polícia Militar teria iniciado uma ação na comunidade ao avistar suspeitos armados. Disparos foram feitos, mas as investigações ainda não esclareceram quem foi o autor do tiro que atingiu a menina e sua mãe.
Imagens gravadas logo após o incidente mostram moradores desesperados tentando socorrer Nicolly, que estava caída no chão. Apesar dos esforços, a menina não resistiu e morreu no local.
A Luta pela Justiça
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Até agora, testemunhas e policiais envolvidos foram ouvidos, mas o autor do disparo que tirou a vida de Nicolly ainda não foi identificado.
A ONG Rio de Paz destacou que, desde 2020, 50 crianças foram vítimas de balas perdidas no Estado do Rio de Janeiro, todas com menos de 14 anos. O presidente da ONG, Antônio Carlos Costa, questionou a inércia diante de tantas mortes:
“Por que temos que aceitar esse morticínio no Rio de Janeiro?”
Reflexões e Questionamentos
A tragédia de Nicolly trouxe à tona debates sobre a violência nas comunidades e a atuação das forças de segurança. Os familiares afirmaram que os policiais envolvidos demoraram a socorrer as vítimas, aumentando ainda mais a indignação.
Cláudia, que recebeu alta hospitalar na sexta-feira, soube da morte da filha pouco antes de deixar a unidade de saúde. O impacto dessa notícia foi devastador para toda a família.
O Apelo de uma Comunidade
Os moradores de Buraco Quente clamam por mudanças que tragam segurança e justiça. A presença constante de confrontos armados deixa a sensação de vulnerabilidade e medo no cotidiano da população.
O Que Esperar do Futuro?
Casos como o de Nicolly reforçam a necessidade de uma resposta mais efetiva das autoridades. A busca por justiça deve ir além da identificação do culpado, promovendo ações que garantam segurança e dignidade às comunidades afetadas.
Reflexão Final
A história de Nicolly é um triste lembrete da realidade enfrentada por muitas famílias no Rio de Janeiro. É essencial que a sociedade e as autoridades se unam para buscar soluções que transformem cenários de violência em espaços de paz.
Perguntas Frequentes
1. O que aconteceu com a mãe de Nicolly?
Cláudia foi baleada na perna durante o tiroteio, mas sobreviveu. Ela recebeu alta hospitalar na sexta-feira e soube da morte da filha no mesmo dia.
2. Quem está investigando o caso?
O caso está sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
3. O que causou o tiroteio?
Segundo a Polícia Militar, a operação visava abordar suspeitos armados na comunidade Buraco Quente.
4. Quantas crianças já foram vítimas de balas perdidas no Rio de Janeiro?
De acordo com a ONG Rio de Paz, 50 crianças de até 14 anos foram vítimas de balas perdidas desde 2020.
5. Quem ajudou a família com os custos do enterro?
Um empresário local, dono de uma funerária, se solidarizou e cobriu as despesas da cerimônia.
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Créditos: Jornal da Record