Nos Estados Unidos, Padre Fábio de Melo adota beb… ver mais

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Durante uma recente viagem aos Estados Unidos, o padre Fábio de Melo protagonizou um momento carregado de emoção e significado. O religioso, conhecido por sua sensibilidade e presença ativa nas redes sociais, visitou uma maternidade temática de bonecas e “adotou” um bebê Reborn com traços de síndrome de Down. A escolha, longe de ser apenas simbólica, foi uma homenagem tocante à sua mãe, Ana Maria de Melo, falecida em 2021, aos 83 anos.

A visita foi registrada com muito bom humor e carinho. Nas redes sociais, o padre compartilhou detalhes da experiência que mistura fantasia e afetividade. O local oferece uma vivência lúdica e cuidadosamente montada, imitando o ambiente de uma maternidade real. Os visitantes podem escolher um bebê Reborn, receber uma “certidão de nascimento” e participar de um processo simbólico de adoção, tudo pensado para despertar a empatia e fortalecer o vínculo afetivo com a boneca.

Fábio de Melo, aos 54 anos, aproveitou a oportunidade para relembrar momentos que viveu com sua mãe. Durante anos, ele presenteou Dona Ana com diversas bonecas, uma paixão que ela cultivava com carinho. A adoção da boneca com síndrome de Down foi uma forma de manter viva essa conexão, mesmo após a partida dela. A escolha desse modelo de bebê Reborn também reforça a importância da inclusão e do respeito à diversidade.

Com seu típico bom humor, o padre brincou com o processo de “emissão de documentos” da nova filha de brinquedo. “Ela já tem visto americano e brasileiro. Mesmo com a mãe tentando impedir, ela vai para o Brasil”, disse entre risos, arrancando gargalhadas de seus seguidores. A leveza com que ele compartilhou o momento chamou a atenção do público e reacendeu o carinho dos fãs por sua autenticidade.

A experiência foi tão imersiva que ele chegou a perguntar para Helena Harary, irmã do dono da loja e responsável pelo atendimento, se ela realmente estava disposta a deixar a boneca ir embora. “Você está convicta de que essa boneca irá comigo?”, questionou. Ao ouvir que sim, ele não perdeu a chance de brincar: “Como assim, não? Eu paguei para você ser mãe de aluguel.”

Essa atitude, aparentemente simples, carrega uma mensagem poderosa. Em tempos em que muitas pessoas enfrentam dificuldades emocionais, gestos como esse resgatam memórias afetivas e promovem acolhimento. É uma forma simbólica de lidar com a saudade, e também de homenagear quem foi importante em nossa caminhada.

Não é segredo que o padre Fábio de Melo vive um momento mais introspectivo. No início de 2025, ele revelou aos fiéis que voltou a enfrentar a depressão — uma batalha que ele trata com franqueza e coragem. Como forma de cuidar da saúde mental, ele optou por pausar a agenda de shows em fevereiro e passou a aproveitar um período de descanso em solo americano. A adoção da boneca parece ter sido mais que uma simples visita turística: foi um gesto terapêutico, cheio de afeto e simbolismo.

Padre Fábio tem se mostrado uma figura pública que vai além do altar. Sua comunicação sincera, sem rodeios, aproxima as pessoas da fé e da reflexão, sem perder a leveza. Ele consegue, com habilidade, unir espiritualidade e humanidade — e talvez seja isso que torne suas ações tão comoventes e genuínas.

Esse episódio também chama atenção para o universo dos bebês Reborn, que vem ganhando espaço por seu apelo emocional. Muito mais que brinquedos, essas bonecas são utilizadas em terapias, especialmente com idosos e pessoas em tratamento de saúde mental. Representando bebês com características reais, elas ajudam a estimular o cuidado, o afeto e, em muitos casos, a memória afetiva.

Ao escolher uma boneca com síndrome de Down, o padre também deu visibilidade à inclusão. São poucos os modelos que representam pessoas com deficiência, o que torna sua atitude ainda mais relevante. Ela reforça a importância de respeitar a diversidade e enxergar beleza e valor em todas as formas de existência.

Por fim, o gesto de Fábio de Melo é um lembrete de que o amor ultrapassa fronteiras, e que os laços afetivos não se perdem com o tempo — apenas se transformam. Adotar uma boneca, nesse contexto, não é uma infantilidade, mas um ato de profunda conexão com as lembranças e com a própria história.

Seu exemplo inspira, emociona e nos convida a refletir sobre maneiras singelas de honrar quem amamos. Afinal, às vezes, uma simples boneca pode carregar mais amor do que muitas palavras.