Uma tragédia abalou a cidade de Itacaré, no sul da Bahia, no último sábado (31), quando o cantor de piseiro Lucca Makezi, de apenas 27 anos, perdeu a vida após uma discussão com sua ex-namorada. O artista, conhecido na cena musical local por sua energia contagiante e seu estilo marcante, foi vítima de uma série de facadas que colocaram fim a uma carreira promissora e a um jovem sonhador.
A briga entre Lucca e a ex-companheira, uma adolescente de 17 anos, teria ocorrido nas proximidades da residência do cantor. Testemunhas afirmam que a discussão foi intensa e acabou culminando em uma ação violenta e inesperada. De acordo com informações da Polícia Militar, a jovem teria usado uma faca durante o confronto, atingindo gravemente o artista.
Lucca chegou a ser socorrido e levado às pressas para o Hospital Municipal de Itacaré. No entanto, mesmo com a agilidade no atendimento, ele não resistiu aos ferimentos e morreu logo após dar entrada na unidade. A notícia da morte gerou uma onda de comoção na cidade, especialmente entre amigos, familiares e fãs que acompanhavam sua trajetória no forró eletrônico.
O caso teve desdobramentos imediatos. A adolescente foi apreendida em flagrante, junto com a mãe, e ambas foram encaminhadas à delegacia. O crime foi registrado como ato infracional análogo a homicídio, e a investigação segue sob responsabilidade da 1ª Delegacia Territorial de Ilhéus. A Justiça já determinou a internação provisória da jovem, enquanto os detalhes do caso continuam a ser apurados.
Lucca Makezi não era apenas mais um cantor. Ele representava um símbolo de perseverança e talento. Antes de embarcar na carreira solo, foi vocalista da banda “Vitrine do Amor”, grupo que ganhou notoriedade por suas apresentações animadas e letras envolventes. Ao decidir seguir sozinho, Lucca mergulhou de cabeça no universo do piseiro — um gênero que mistura o tradicional forró nordestino com elementos eletrônicos, criando um ritmo dançante que conquista cada vez mais espaço no cenário musical brasileiro.
Entre as canções que marcaram sua trajetória, “Alô Mô” se destacou como um verdadeiro sucesso regional. Com refrão chiclete e batida envolvente, a música caiu no gosto do público e consolidou Lucca como uma promessa no gênero. Não à toa, sua morte gerou comoção não apenas em Itacaré, mas em várias cidades da região.
O velório do cantor aconteceu na Câmara de Vereadores de Itacaré e foi marcado por forte emoção. Familiares, amigos, colegas de profissão e fãs compareceram para dar o último adeus ao artista. Durante a cerimônia, muitos lembraram com carinho de sua alegria, humildade e dedicação à música. O enterro foi realizado no domingo (1º), e diversas homenagens foram feitas nas redes sociais e em veículos de comunicação locais.
A Prefeitura de Itacaré também se manifestou por meio de uma nota oficial, lamentando profundamente a morte precoce do artista e prestando solidariedade à família. A nota ressaltou a importância de Lucca para a cultura local e sua contribuição para o fortalecimento da música regional.
Casos como esse revelam não apenas a perda de uma vida jovem e cheia de sonhos, mas também escancaram a urgência de se discutir temas como violência nas relações pessoais, saúde mental e o impacto emocional de términos amorosos. Infelizmente, episódios trágicos como o que envolveu Lucca Makezi são mais comuns do que se imagina, e pedem atenção tanto da sociedade quanto das autoridades.
Ao final, o que fica é a memória de um jovem artista que lutou pelo seu espaço, encantou o público com sua música e partiu de forma brutal e prematura. Sua ausência será sentida por todos que o admiravam, mas seu legado musical certamente continuará ecoando nos palcos e corações de quem acompanhou sua jornada.
Neste momento de luto, o mais importante é refletir sobre o valor da vida, sobre o diálogo e sobre como pequenas atitudes podem evitar grandes tragédias. Que a morte de Lucca Makezi sirva como alerta e que sua memória seja honrada com respeito, justiça e consciência.
